Ciro Gomes diz que PL sobre pré-sal foi um golpe

Ciro Gomes é recepcionado por Fábio Henrique e Paulo Pedroza (Fotos: Portal Infonet)

Chegou ao Estado de Sergipe na tarde desta sexta-feira, 26, para proferir palestra no 8º Congresso do Sindifisco, o ex-ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes. Durante coletiva de imprensa no Aeroporto de Aracaju, ele falou sobre a aprovação no Senado, do Projeto de Lei, que retira da Petrobras, a exclusividade como operadora de poços de petróleo do pré-sal. “Isso foi um golpe contra o interesse nacional, o interesse do povo mais jovem do Brasil”, disse.

De acordo com Ciro Gomes, a ideia não é espantar o capital externo, mas apenas dar prioridade na riqueza importante do país, especialmente no pré-sal. “A Petrobras foi quem gastou a fortuna pra dominar os sítios tecnológicos, pra fazer a lavra, a pesquisa, a identificação desses campos e agora na hora em que a gente poderia começar a aproveitar, os preços despencaram. Essa crise de financiamento acaba tirando da Petrobras a capacidade de investir, mas a pior solução pra esse problema que é real, é entregar para os estrangeiros. Não tem sentido nenhum e nós brasileiros precisamos lutar, é uma luta que nós temos que travar nem que seja para perder, mas temos chances de reverter isso na Câmara Federal e mobilizar a sociedade para que a presidente Dilma não faça a bobagem de concordar com essa lei”, entende.

Ciro conversa com Fábio Henrique, Silvia Fontes e Paulo Pedroza

Sobre a crise pela qual o país vem enfrentando, ele deixou claro que será debatida no Congresso. “Por regra, o Fisco tanto federal quanto nos estados são as ilhas de excelência no serviço púbico. Ninguém melhor do que os auditores fiscais pra conhecer a grande expressão rotineira do conflito distribuitivo que acaba explodindo na vida do nosso povo. Isso evidentemente tem que ser posto em debate, está tudo errado no Brasil. Nós estamos sendo tangidos diante de uma crise que tem três anos no ângulo internacional e são coisas práticas e concretas. Tá tudo errado”, afirma.

De acordo com ele, o Brasil vinha financiando a expansão dos benefícios dos últimos 12 anos com um ciclo de super-comodities. “A CSN aonde eu trabalho vinha vendendo uma tonelada de minério de ferro por 180 dólares, já chegamos a vender por 41 dólares. O petróleo estava há 112 dólares quando começamos a investir, chegamos a vender a 30 dólares o barril. Mesmo as comodities de alimentos [soja, milho, que o Brasil também produz em grande volume para o mundo] caíram seus preços, de maneira que se tem um vetor internacional grave nessa crise, que a politicagem barata e rasteira do Brasil não permitem refletir sobre o assunto. Você tem uma crise política qualificada pela negação do resultado das relações e pela tentativa eterna do Governo de se sustentar sobre mil golpes e por fim uma crise nacional com a maior recessão da história com a maior taxa de juros. Falta um projeto no país”, acredita.

Impostos

"Tudo o que o Brasil investiu ano passado não chegou a 1% do PIB", diz Ciro Gomes

Quanto aos impostos, Ciro Gomes ressaltou que uma das grandes transformações que o Brasil precisa discutir, usando a inteligência e um sentimento superior de Justiça é a reforma do sistema de impostos. “Hoje o Brasil tem um sistema que não é suficiente do ponto de vista do financiamento. O companheiro aqui do Sindifisco [Paulo Pedroza] me disse que o Estado de Sergipe junto com outros 14 estados, parcelou o 13º salário, não estamos dando conta nem de pagar os salários dos servidores públicos”, lamenta.

E acrescentou que por outro lado, há uma sensação de injustiça. “A classe média paga muito mais imposto do que os ricos e os empresários se queixam de que a alcunha fiscal atrapalha a competição. Nesse momento no Brasil não há como discutir a questão tributária, sem discutir a questão patrimonial, falta dinheiro pra tudo, menos pra roubalheira e para a montanha do dinheiro que se paga aos bancos. No ano passado tudo o que o Brasil investiu à União Federal não chegou a 1% do PIB, pra os bancos nós pagamos 7,5% de juros, o equivalente a 380 bilhões de reais, só de juros”, complementa.

Congresso

Paulo Pedroza: "Sindicato não pode só vivendo atrás de salários"

O presidente do Sindicato do Fisco do Estado de Sergipe, Paulo Pedroza informou que tamto Ciro Gomes, quanto o doutor em Economia Adriano Benayon, irão proferir palestras no 8º Congresso do Sindifisco, que será aberto a partir das 19h desta sexta-feira no auditório da entidade.

“Vamos ter a palestra de Ciro Gomes e de Adriano Benayon, abordando temas do cenário politico e econômico do pais. Isso porque sindicato não pode só viver correndo atrás de salários, tem que discutir as questões mais gerais do país, nesse momento de turbulência, de uma série de instabilidades, vai ser muito interessante não só para o Sindifisco, mas para a sociedade”, acredita.

Pré-candidato do PDT à Presidência da República em 2018, Ciro Gomes foi recepcionado também pelo presidente do partido em Sergipe, o prefeito de Nossa Senhora do Socorro, Fábio Henrique e a esposa, a deputada estadual Silvia Fontes (PDT). “O ex-ministro Ciro Gomes vem para uma agenda pessoal, não é uma agenda política. Contratado pelo Sindifisco para proferir uma palestra, ele é um dos homens mais preparados do ponto de vista da economia do país e do mundo. Em abril, ele voltará para cumprir uma agenda política, quando da realização do nosso encontro estadual na Assembleia Legislativa, que também contará com a presença do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi”, adianta Fábio Henrique.                        

Fábio Henrique: "Em abril, ele vai participar da nossa convenção estadual"

Por Aldaci de Souza

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