Diversidade marca Simpósio do Encontro Cultural

(Foto: Fabiana Costa/Secult)

Da presença de cultos de matrizes africanas em Laranjeiras à história do encontro cultural da cidade. Diversos temas integraram os debates no Simpósio do Encontro Cultural de Laranjeiras nesta sexta-feira,9. O evento, iniciado na manhã desta quinta,8, segue até o final da tarde e reúne pesquisadores de diversos estados do país.

O pesquisador Fernando José Aguiar trouxe para o debate a situação dos terreiros na cidade de Laranjeiras. Atualmente, dos 23 espaços na cidade, apenas dois contam com tradição nagô.  "Há um hibridismo cultural religioso forte. Todos os terreiros se denominam do Candomblé, no entanto, boa parte deles tem práticas que se assemelham à Umbanda", relata.

Segundo o pesquisador, a manutenção dos terreiros de Laranjeiras perpassa por alguns desafios. "Há uma falta de legalidade jurídico institucional dessas casas, o que dificulta a participação em editais. Outro ponto é a falta do registro escrito da história desses terreiros. A história desses lugares se confunde com a história desse povo preto, pobre e oprimido de Laranjeiras. Por isso, é preciso preservá-la", enfatizou.

Em seguida, Lindolfo Amaral, ator e doutor em Teatro, aproveitou o espaço detalhar as fases pelas quais o Encontro Cultural de Laranjeiras passou. Na primeira, de 1976 a 1979, só participavam do evento grupos folclóricos sergipanos. Na fase seguinte, entre 1980 e 1985, grupos não folclóricos, como o grupo de teatro de rua Imbuaça, também passam a paricipar do encontro.

"Em 1985, foi inaugurado o Centro de Criatividade em Aracaju, que teve Aglaé Fontes como primeira diretora. Em 1986, o Encontro contou, pela primeira vez, com arte e educação executada pela equipe do Centro de Criatividade". Segundo ele, nesta terceira fase o Encontro Cultural foi dividido em três eixos: centro de tradição; simpósio; e grupos folclóricos e bandas. A quarta fase do evento vai de 1990 até hoje. Nesta fase, Prefeitura de Laranjeiras e Secretaria de Estado de Cultura passam a dividir as atribuições.

Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (IHGSE), Samuel Albuquerque apresentou uma proposta detalhada sobre a criação de um Centro de Memória do Encontro Cultural de Laranjeiras. "Minha proposta é que ele seja na biblioteca do campus da UFS, aqui em Laranjeiras. Não estou propondo algo de grandes proporções. É algo simples e viável", reiterou.

A mesa foi mediada pelo secretário municipal de Planejamento, Paulo Menezes, e também contou com apresentações da professora Verônica Nunes, que falou sobre a Festa de Reis em Laranjeiras; de Irineu Fontes, cuja apresentação tratou da gestão dos simpósios; e a representante da prefeitura de Laranjeira Izaura Júlia de Oliveira, que discorreu sobre os 40 anos do Museu Afro Brasileiro de Sergipe.

Fonte: Ascom Secult

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