Seminário Aracaju Acessível discute comunicação inclusiva

Evento aconteceu no auditório da Sociedade Semear (Foto: assessoria de Lucas Aribé)

Cerca de 240 pessoas participaram, nesta terça-feira, 18, do Seminário Aracaju Acessível, na Sociedade Semear. O evento integra a programação da 6ª Semana Aracaju Acessível, idealizada pelo vereador Lucas Aribé, que este ano traz o tema “Comunicar para incluir” e acontece até o próximo domingo, 23, com diversas ações na cidade. O objetivo é discutir a importância da comunicação no processo de inclusão social de pessoas com deficiência, desde o seio familiar até o ambiente profissional.

O seminário contou com as palestras da doutora em Educação Patrícia Rezende, professora do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), e do mestre em Comunicação Pedro Prata, coordenador da Escola de Gente, premiada pela ONU como referência em inclusão e acessibilidade.

Patrícia Rezende falou sobre a comunicação da pessoa surda, os caminhos e desafios para garantir a prática da Libras como segunda língua desde os anos iniciais do ensino regular em todas as escolas. “A luta da comunidade surda é diária para fazer valer o que repousa inerte em leis e decretos. Essa luta é gigantesca e envolve muitas mãos para minar a política vigente no MEC, que consolida estratégias para a produção de uma inclusão excludente, em um ambiente escolar inclusivo apenas na aparência. Situação em muitos casos cruel para os sujeitos a ela submetidos. Situação silenciosa, de um etnocídio linguístico e cultural da comunidade surda”, comenta.

Já Pedro Prata abordou a comunicação como instrumento de inclusão da pessoa com deficiência, as garantias legais de acesso à informação e as inovações no âmbito da comunicação inclusiva, que difere da comunicação acessível, aquela em que se utilizam todos os recursos possíveis para que o direito à comunicação seja respeitado.
“Nós muitas vezes fazemos uma comunicação acessível que não é inclusiva, pois discrimina pessoas por sua condição. Eu posso fazer um evento com Língua Brasileira de Sinais que defende a violência contra a mulher, ou um evento com audiodescrição que seja homofóbico, por exemplo. Então, é muito importante trabalharmos para que a comunicação seja acessível, mas, ao mesmo tempo, inclusiva. Garantir isso é perceber que todo mundo tem o mesmo valor humano, independentemente das diferenças”, diz Pedro.

Tecnologias

Durante o seminário também aconteceu uma ampla discussão sobre práticas inovadoras na comunicação inclusiva, com a apresentação de tecnologias como piso tátil e sinalização nos espaços públicos e o Livox, software desenvolvido para tablets que auxilia no desenvolvimento da comunicação e no processo de aprendizagem de pessoas com deficiência. A pessoa pode assinalar os desejos, expressar suas vontades, discriminar imagens, aprender o nome e as funções dos objetos que estão a sua volta, desenvolver atividades de vida diária e prática, de forma ilustrada, com palavras, vídeos e áudios.

Outra tecnologia apresentada foi o Hand Talk, utilizado por mais de 360 milhões de pessoas com deficiência auditiva no mundo – 9,7 milhões no Brasil –, que realiza tradução digital e automática para a Língua Brasileira de Sinais, por meio do tradutor de sites que traz acessibilidade digital em Libras para a comunidade surda e do aplicativo que quebra a barreira de comunicação que há entre surdos e ouvintes.

Também foi apresentado o CittaMobi, aplicativo que calcula, em tempo real, o tempo da chegada de uma linha de ônibus a um determinado ponto, traz filtros para previsão de horário de um ônibus, aponta os carros adaptados para cadeirantes e usa sistema de geolocalização, exibido por um mapa, que ajuda o usuário a enxergar os pontos mais próximos de onde está.

Um dos momentos mais esperados foi a apresentação dos óculos OrCam MyEye, que permitem às pessoas com deficiência visual reconhecerem textos, produtos e até mesmo rosto de outras pessoas. “A acessibilidade é palavra de ordem no mundo e o avanço tecnológico é um forte aliado das pessoas com deficiência neste sentido. Daí a importância de eventos como este seminário, que coloca essas pessoas em contato com o que há de mais moderno, numa prova de que um mundo sem barreiras é possível e tem se tornado cada vez mais real”, comemora o vereador Lucas Aribé, que experimentou o OrCam MyEye.

Fonte: assessoria parlamentar 

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