80 anos do Brasil na Segunda Guerra

 

Profª Drª Andreza Maynard

Prof. Dr. Dilton Maynard

Universidade Federal de Sergipe

Grupo de Estudos do Tempo Presente (GET/UFS/CNPq)

Cartaz do “V Visões do Mundo Contemporâneo: 80 anos do Brasil na II Guerra”. Fonte: http://getempo.org/v-visoes-do-mundo-contemporaneo/

A Segunda Guerra Mundial compreendeu um dos momentos mais devastadores da história. E a vasta teia de violência alcançou até mesmo o nosso país. Em 2022, completamos 80 anos da entrada do Brasil no maior conflito bélico do século XX, tema que será debatido durante o V Seminário Visões do Mundo Contemporâneo.

O evento acadêmico, gratuito, é uma realização do Grupo de Estudos do Tempo Presente (GET/UFS/CNPq) e ocorrerá no campus de São Cristóvão da Universidade Federal de Sergipe. Entre os dias 15 e 17 de agosto, pesquisadores de diferentes estados do país, estudantes de cursos de graduação e pós-graduação se encontrarão presencialmente para debater temas relacionados à entrada do Brasil na Guerra.

Contando com uma programação (http://getempo.org/v-visoes-do-mundo-contemporaneo/) que envolve a realização de palestras, mesas-redondas, minicursos, simpósios temáticos, lançamentos de livros e a abertura de uma exposição, o evento se coloca como uma oportunidade para trocas a respeito do conflito mundial, iniciado em 1939, que vivenciou a guerra submarina, assistiu a muitos ataques aéreos, testemunhou o holocausto e viu serem lançadas as primeiras bombas atômicas.

Seria demasiado afirmar que todo o mundo participou da Segunda Guerra. Grande parte da África, quase toda a América Latina e mesmo alguns países europeus ficaram de fora dos combates. O Brasil só entrou diretamente na Guerra após os torpedeamentos de 5 embarcações no litoral dos estados de Sergipe e Bahia, ocorridos entre 16 e 17 de agosto de 1942. Ainda assim, não seria um exagero dizer que o conflito mudou o mundo de forma definitiva.

Falamos sobre a Guerra desde o seu fim, em 1945. Então por que ela continua a mexer tanto com o nosso imaginário? Será culpa apenas dos muitos filmes, séries televisivas, publicações sensacionalistas, livros de memórias? Não exatamente. Poderíamos dizer que os historiadores têm a sua parcela de responsabilidade nisso.

Sendo a Segunda Guerra Mundial um dos temas mais investigados no campo da história, também podemos indagar se ainda há algo de novo para abordar a respeito desse assunto. Pode parecer estranho, mas ao contrário do que se possa pensar, os historiadores têm sede de novidades.

O passado como dado é imutável. Mas os historiadores estão em busca do conhecimento sobre ele; e esse é passível de mudança. Por isso, é tão necessário aos pesquisadores essa constante atualização de informações e troca de conhecimentos sobre novas abordagens, perspectivas, técnicas de pesquisa e documentos ainda inexplorados a respeito de um evento tão impactante quanto foi a Segunda Guerra Mundial.

Uma história imutável é aquela em que se colecionam fatos. Não é essa a perspectiva que buscamos, mas sim aquela de uma história problemática, tal qual defendeu o historiador francês Lucien Febvre (1878-1956). Assim, no lugar do automático e definitivo, almejamos uma história em movimento, que indaga o passado a partir das questões formuladas no presente.

Por tudo isso, a proposta temática do V Visões do Mundo Contemporâneo reforça a ideia de que o conhecimento histórico está em constante transformação; e mais, que as pesquisas sobre o Brasil e a Segunda Guerra ainda nos renderão muitas surpresas.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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