Quilombolas vão a Brasília agilizar titulações

Quilombolas iniciaram movimento na segunda-feira, 14
Representantes do Movimento Quilombola de Sergipe viajarão a Brasília dentro de 20 dias para uma audiência na Casa Civil onde pretendem adiantar os processos de titulação das terras de duas comunidades. O deputado federal Iran Barbosa (PT) vai acompanhá-los na reunião.

Este foi um dos acordos fechados entre os quilombolas e a diretoria do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária em Sergipe (Incra) durante a ocupação do prédio da instituição, que teve fim na noite de terça-feira, 15. Segundo o superintendente do Incra, Jorge Tadeu, além da viagem a Brasília, as negociações entre o movimento e o Instituto renderam outros bons frutos para os quilombolas.

“Já está marcada, para o dia 21 de outubro, uma reunião entre o Incra e representantes do Governo do Estado para tratar da demanda da construção de habitações para as comunidades quilombolas. Além disso ainda hoje, 16, será encaminhada uma relação para a Secretaria de Estado da Casa Civil com a demanda de cestas de alimentos que precisam ser distribuídas entre essas comunidades”, relata Tadeu.

Deputado Iran Barbosa vai articular reunião em Brasília
A titulação das terras e a distribuição de cestas básicas eram apenas algumas das reivindicações dos quilombolas. A assessora de comunicação do movimento, Carla Santos, acrescenta que outras pautas foram discutidas na reunião, e algumas reivindicações do movimento estão prestes a ser atendidas.

“As comunidades quilombolas não dispõem de água tratada, por exemplo, dentre outros serviços básicos de saúde e educação. Em relação à água, será marcada uma reunião entre Incra, Deso , o Ministério Público Federal e representantes do movimento para seja resolvida essa questão”, afirma Carla Santos.

A desocupação

Quilombolas permaneceram mais de 24 horas dentro da sede do Incra
Segundo o superintendente do Incra, Jorge Tadeu, a desocupação se deu de forma tranqüila, e apenas um momento apreensivo foi observado durante a ocupação. “No final da tarde de ontem, um pequeno grupo defendeu que nós, da direção, não pudéssemos entrar no prédio. E após entrarmos, esse mesmo grupo queria nos proibir de sair”, conta Jorge Tadeu.

“Eles diziam que só poderíamos deixar o Incra quando disséssemos que dia o presidente Lula assinaria o decreto da titulação das terras. Mas esse impasse representou uma atitude isolada, e logo foi resolvido”, completou o superintendente.

Ainda segundo Jorge Tadeu, que permaneceu no Incra até a desocupação total do espaço, não foram observadas danificações na estrutura do prédio. “Apenas muita sujeira, como restos de alimentos. Nada que já não tenha sido resolvido”, comentou Tadeu.

Por Helmo Goes e Carla Sousa

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