Empolgado, sem deixar de ser sereno; discreto, sem deixar de ser incisivo; transparência de paz, sem deixar de convencer, no encadeamento dos pensamentos que emite e no transbordar de vivências catalogadas nos 56 anos de palestras, em diversas partes do mundo. Este é o retrato do tribuno espírita Divaldo Pereira Franco, que comandou o seminário “Amor, Imbatível Amor”, promovido pela Federação Espírita de Sergipe, no último final de semana, em Aracaju. Foram dois instantes de pura emoção. O primeiro, na palestra de abertura, no Espaço Emes, no sábado à noite, quando mais de quatro mil pessoas, de diversos credos religiosos, vibraram com a verdadeira cascata de conhecimento cristão, que foi a fala do tribuno baiano, ao afirmar que o amor é a alma de Deus, porque Deus é a alma do amor e que, quem não ama, ainda não começou a viver, reproduzindo o espírito Joana de Angelis, ao afirmar que “o amor é o tesouro que, quanto mais de divide, se multiplica, sendo a sua antítese: o ódio. O amor que enlouqueceu”. Foi nesse diapasão que Divaldo Franco empolgou a multidão, entremeando os exemplos do Cristo com o vivenciar de muitos anos ouvindo a alma humana, auscultando seus litígios íntimos e aprestando-se em ensinamentos de amor, estímulo da fé, vivenciada pelo exemplo de quem toca uma obra sobejamente conhecida, como a Mansão do Caminho, na periferia de Salvador, abrigando, pelo ensino, mais de três mil crianças e jovens, que poderiam estar nos descaminhos da vida e nas páginas policiais. O segundo instante foi mais amplo, concentrando-se no domingo, no Teatro Atheneu, onde as pessoas, das 9 às 17h30, beberam verdades, questionaram dúvidas, inquiriram sobre os percalços da vida, mas sobretudo, onde o amor, imbatível amor, tema do seminário, foi a figura luminescente na palavra viva de Divaldo Franco, embalando corações, motivando almas quedadas pelas incógnitas da vida, inebriando espíritos crentes da sua força e revitalizando os que se deixam levar pelo desânimo e que precisam de um amor candente, fértil, claro por ser verdadeiro, insubmisso pela logicidade da sua própria luz, mas prenhe de estímulos para a fé, como um grande abraço desinteressado de uma criança. Foram fatos contados, vividos, experiências sedimentadas no cadinho do sofrimento, com Divaldo dividindo angústias, traumas, instabilidades, sufocos, sempre procurando inocular o amor, que afirma ser infinito como Deus e instrumento de mudanças. Foram histórias perpassadas em 56 anos de estrada, palmilhando caminhos de várias espécies, narrativas reais, radiografando a alma humana e receitando para todas as enfermidades, o amor absoluto, que não pede; dá. Que é um sentimento que não tem condicional e que cura, na razão direta que espanta as mágoas, as tristezas, não dando lugar a ódio, pela lei natural da impenetrabilidade. A emoção, muitas vezes, exorbitou as lágrimas entre os participantes do seminário, envolvendo sergipanos, baianos e alagoanos, na felicidade de cada exemplo exposto por Divaldo Franco e cada oportunidade de seguir passos seguros, que poderão desaguar num mar da felicidade que cada um pode construir, como donos dos próprios destinos, faculdade do livre-arbítrio e da consciência em Deus. Divaldo Franco respondeu a inúmeras perguntas e, concluiu sua fala sobre o amor, asseverando ser este um sentimento que nós desdobramos e que invade cada ser de alegria, pois segundo ele, todo indivíduo está na terra para ser feliz, dentro da sua realidade, construindo seu mundo, alicerçado em amar a si mesmo, como exercício primeiro de amar ao próximo. Ele agradeceu a todos, e à Federação Espírita de Sergipe pela realização do seminário. O presidente da Federação Espírita, Raimundo Gregório, visivelmente emocionado, agradeceu a tantos que, direta e indiretamente ajudaram na realização do Seminário, ao público participante, aos trabalhadores que se engajaram junto àquela federativa num ato de amor à Doutrina Espírita. Ele agradeceu o espírito missionário de Divaldo Franco e o seu compromisso com o amor universal, que tão bem dissecou, durante dois dias, oportunizando novas vertente de conhecimento ao público, sobre o cristianismo. Por Luduvice José