Chupa, que é de uva!

A morte da magistrada Ruth Bader Ginsburg, após 27 anos de atuação na Suprema Corte dos Estados Unidos despertou vivas discussões no mundo inteiro.

O assunto restou mais importante do que a própria eleição americana para Presidente, prevista para novembro próximo.

A magistrada falecida era uma referência para os liberais americanos e até um dos seus ícones “pops”.

O problema é que os assim chamados “pops” não vem agradando a maioria do eleitorado americano, que palmilha um pensamento conservador em costumes e liberal na economia.

E a democracia que deveria traduzir tal escolha é por estes solapada em regras que tentam afastar do povo o seu arbítrio e vontade.

A Suprema Corte americana, por exemplo, constituída de nove juízes vitalícios (que loucura, numa república!), passa distante desse crivo popular, afinal os seus membros, em mandato interminável enquanto vida existir, são escolhidos pelo Presidente da República e posterior aprovação do Senado.

Nesse contexto, Ruth Ginsburg fora uma escolha do Partido Democrata, nomeada pelo Presidente Bill Clinton em 1993.

Agora, na vaga surgida só com sua morte, meio mundo de gente no mundo inteiro quer que o Presidente Trump abdique de seu direito de nomear o sucessor, deixando-o para o novo Presidente a ser eleito proximamente.

E Trump, porque foi eleito para um mandato de “quatro anos e não de três”, como o afirmou no último debate pela TV, indicou a juíza Amy Coney Barrett, taxada pela extrema imprensa internacional como “ultraconservadora”, o novo palavrão inserido no léxico universal.

“Ultraconservador” tem sido o palavrão apontado por vasto furor jacobino que, incapaz de erigir forcas e cadafalsos, para eliminar os seus desafetos, tenta, via opinião publicada, transparecer uma isenção opinativa do que seja bom ou ruim, não para mim e para você, mas só para eles, por cima de todos e até de mim e de você, que não lhes devemos obedecer, por livre opinião.

Para estes, o “ultraconservador” é aquele indivíduo que externa ódio e que precisa ser eliminado, como Trump que não devia ser eleito, muito menos ser reeleito, o que irá acontecer, tudo indicando, a incitar tal febril repulsa.

Nesse contexto, a indicação para a suprema corte americana vira um conflito político-ideológico, bem distante do referendo popular tão decantado na democracia.

Ora, com a Suprema Corte se arvorando em poder máximo, acima de tudo, firmar-lhe a maioria é mais importante que eleger o Congresso e o Presidente.

Não representaria no futebol por analogia, poder manipular o VAR,  e, por incidência, validar até a indecência de um gol espúrio feito com a mão?

Não fosse assim, não se justificaria tamanho alarido com o que se fala, aqui também, com a saída e substituição do Sr. Celso de Mello, o “Jurista de Merda”, segundo o “Código da Vida”, livro-memória do Jurista Saulo Ramos, e também o “Pavão de Tatuí”, como  restou na crônica ferina dos seus derradeiros voos, que se fizeram tão rasos quão espalhafatosos.

Espalhafato que lhe sobrou pior que a viúva Porcina, “aquela que foi sem ter sido”, porque o Celso, nem excelso no pretório ficou referido.

O Mito bem logo o deferiu, sem do pedido esperar os termos e o requerimento.

Um deferimento que só incomodou a alguns que o queriam diferente, afinal a indicação do  jurista católico, Kassio Nunes, um desconhecido ainda, espantou a todos que esperavam um crente, um Deus temente, e um juiz de raiz “terrivelmente evangélica”.

E assim, como de costume, os críticos de sempre voltaram a cair, maquiavelicamente, de pau em cima do Bolsonaro.

Mas, na falta de Tubaína, vale lembrar-lhe a música: “Chupa que é de uva!”

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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