Vitória da vida

Os números recentemente divulgados pelo Departamento de Estatística da  Polícia Rodoviária Federal  em Sergipe traduzem, de forma alvissareira, os resultados obtidos com a aplicação da chamada “Lei Seca”. Segundo a pesquisa, nos últimos oito meses de vigência da lei, houve uma redução de 26% no número de mortes e de 55% nos acidentes causados por ingestão de bebida alcoólica em rodovias federais que cortam o estado.  Esses resultados são expressivos e comprovam a utilidade da medida, apesar das reações que existiram.
           No contexto global, o número de acidentes reduziu em apenas 4,42%, uma vez que outros fatores estão envolvidos na gênese dos acidentes, tais como a velocidade excessiva, estado de manutenção nas rodovias e atitudes de risco dos motoristas, entre outros fatores.
          Não podemos agora relaxar na fiscalização. Esses números têm que ser divulgados exaustivamente pelos meios de comunicação, para que as pessoas se conscientizem de suas obrigações como cidadão e deixem de utilizar do chamado “jeitinho brasileiro”, usando artifícios para enganar a fiscalização. Isso porque a conscientização é fundamental para que obtenhamos indicadores cada vez  mais positivos. Evidente que o rigor na fiscalização, com conseqüente punição para os infratores, é fator importante para a mudança de conceitos, principalmente para os mais reticentes.
           Muito se fala em “indústria” de multa. Mas quem alimenta os cofres da fiscalização   somos nós mesmos, ao cometermos infrações. Todos estão lembrados do excessivo número de mortes que estava acontecendo na saída da ponte Engenheiro João Alves, para quem vinha da Barra dos Coqueiros. Foi só colocar um “pardal” naquele trecho, limitando a velocidade em 40 km, que as mortes deixaram de acontecer. Mas até chegar a esse resultado, muita gente pagou multa por exceder a velocidade.
Por outro lado, as políticas de trânsito sempre privilegiaram as minorias, as que  possuem transporte próprio e para a qual tudo sempre foi possível: estacionar em qualquer local, ocupar calçadas, desenvolver velocidades elevadas. Percebem que quando surge um buraco na rua, a gritaria é geral? Mas quando se ocupam calçadas, ninguém se incomoda. Mudar esses conceitos não é fácil e desperta logo a ira e a reação dos privilegiados.

Creio que estamos no caminho certo. Falta agora ao poder público exercer uma maior atenção à faixa de pedestre. A situação atual preocupa porque os mais conscientes normalmente vêm  parando seus veículos para o pedestre atravessar com segurança. No entanto, boa parte dos motoristas não respeita a faixa e o pedestre corre grandes riscos em função da sua hesitação em atravessar ou não a rua no momento adequado. E hesitação, no trânsito, é um perigo.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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