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Professores que integram o quadro de funcionários do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe (IFS) deflagram nesta segunda-feira, 8, uma greve por tempo indeterminado.
De acordo com o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinafese), os professores reivindicam atualização de alguns direitos trabalhistas, além de melhores condições de ensino, pesquisa, extensão, inovação tecnológica e políticas de assistência estudantil para estudantes.
Segundo José Correia Neto – um dos coordenadores do Sinafese – a pauta de luta da categoria está ancorada em algumas reinvindicações de direitos trabalhistas. Na visão de Correia Neto, os professores estão enfrentando há muito tempo uma grande defasagem da profissão.
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“Nossa carreira vem sendo atacada há pelo menos quase 10 anos. Quando eu falo atacada, eu digo, por exemplo, a reajustes de valores, de remuneração relacionado a cada nível e a cada etapa da carreira, tanto os administrativos como os docentes. Muitos cargos foram extintos; outros cargos foram criados. Então nossa carreira está desatualizada do ponto de vista dos cargos no serviço público, além de contar com a defasagem salarial”, salienta.
O sindicalista diz ainda que outra razão que levou ao movimento grevista foi a falta de equiparação dos auxílios que os servidores federais têm direito. No entendimento de José Correia Neto, o valor pago a categoria é menor em comparação com o valor dos auxílios que é pago para servidores de outros poderes.
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“Servidores públicos dos três poderes recebem auxílio de alimentação, saúde e creche. Esses auxílios são pagos pelo Governo Federal. Nós [ servidores do IFS] fazemos parte do Poder Executivo. Em comparação aos demais poderes, nossos auxílios são os mais defasados. Só para você ter uma ideia, nós recebemos hoje o auxílio-creche ou auxílio-alimentação no valor de cerca de R$ 658. A proposta do governo é passar para mil reais, porém os demais poderes, como por exemplo o Poder Judiciário, paga bem acima, em torno de R$ 1.490”, argumenta Correia Neto.
Diante desse cenário, o sindicalista diz que os servidores do IFS decidiram se unir em uma mobilização nacional a fim de chamar atenção do Governo para que as demandas da categoria possam ser atendidas. De acordo com ele, além do IFS em Sergipe, aproximadamente outras unidades federais – em 23 estados – também estão com as atividades paralisadas por tempo indeterminado. “Esperamos que nossos salários e auxílios sejam reajustados. Nós temos uma longa perda salarial acumulada”, destaca.
O que diz o IFS
Em nota, o IFS afirmou que compreende as reivindicações da categoria, especialmente quanto à necessidade de reestruturação das carreiras de docentes e técnicos administrativos, bem como melhorias das condições de trabalho. “Destaca-se a importância fundamental da manutenção do diálogo com o Governo Federal, e segue confiante em uma negociação rápida e frutífera, considerando a criação de um Grupo de Trabalho (GT) para tratar das demandas apresentadas”, diz inicialmente.
Ainda segundo o comunicado, a Reitoria do Instituto Federal de Sergipe (IFS) demonstra sua apreensão com a greve dos servidores deflagrada na presente data, embora reconheça a legitimidade do movimento, respaldada pela Constituição Federal. “Diante do cenário, a comunidade expressa preocupação com os impactos da paralisação no calendário acadêmico e no percurso formativo dos estudantes, porém, juntos, buscaremos alternativas para mitigar esses efeitos”, argumenta.
Por fim, o IFS destaca que a gestão se coloca à disposição dos servidores e servidoras para encaminhar as propostas da base às instâncias superiores, visando alcançar, o quanto antes, uma solução que atenda aos anseios da comunidade acadêmica. “Reconhece-se ainda o compromisso de toda a categoria com a educação, que necessita de valorização e respeito”, pontua.
por João Paulo Schneider
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