O que seria uma reunião emergencial com os agentes de segurança que atuam nas unidades sócio-educativas para menores infratores para evitar uma paralisação neste final de semana, acabou em trocas de acusações, bate-boca e muita discussão na manhã de hoje, 17, no auditório do Centro de Atendimento ao Menor (Cenam). De um lado os agentes do outro os técnicos. Reunião no Cenam hoje houve trocas de acusações
Entre as trocas de farpas, acusações dos técnicos (assistentes sociais, pedagogos, entre outros) de que estão sendo impedidos de realizar suas atividades e até mesmo a prática da violência contra os jovens e adolescentes infratores por parte dos agentes.
“Acusação de tortura sempre houve aqui. Mas sempre se foi apurado, com corpo de delito.
Simplesmente os internos vivem aqui doidos para fugir. O trabalho deles é pensar 24 horas em tentar fugir”, justifica o presidente do Sindicatos dos Agentes de Segurança, Eziel de Oliveira. Eziel de Oliveira
A denúncia de violência contra os menores levou a promotora de Justiça, Maria da Conceição de Figueiredo, do Núcleo da Criança e do Adolescente do Ministério Público de Sergipe, às lagrimas. “Fico emocionada em ainda ouvir esse tipo de coisa. Ninguém é dado o direito de levantar as mãos para eles [menores]”, disse com a voz embargada.
Culpa da direção
A assistente social Maria Correia foi a que mais se pronunciou na reunião representando o corpo técnico. Para ela, a culpa dessa confusão entre as duas equipes que atuam nas unidades é da direção.
“Eu acho que a direção não consegue entender que existem leis que devem ser cumpridas. Os meninos não podem ficar confinados. Tem que ter atividades, respeito, dignidade. Não pode aceitar que se isso não venha ser executado”, afirmou ela. “A gente só quer que a coisa funcione. Que as pessoas sejam respeitadas que as pessoas respeitem o ambiente de trabalho do outro”, disse. Maria Correia
Correia acusa a direção de persegui-la tendo em vista que a mesma foi devolvida para seu órgão de origem. “Fui devolvida por discorda como as formas foram feitas. Isso é perseguição? Vamos voltar a ditadura militar?”, reclamou.
Segundo a assistente social, a falta de consenso entre as equipes nas unidades de medidas sócio-educativas é geral e que isso tem gerado a separação entre agentes e técnicos. “Se isso está acontecendo é porque a direção talvez não encontrado uma forma em trabalhar em consenso com os dois grupos”, definiu.