Câmara submissa

Câmara submissa

O aracajuano desembolsa um bom dinheiro para bancar uma Câmara submissa ao prefeito Edvaldo Nogueira (PC do B) e pouco afeita ao trabalho. Enquanto o contribuinte sua a camisa de segunda a sábado para custear os gordos salários dos vereadores, estes aparecem no serviço dois ou três dias por semana para votar títulos de cidadania, indicações bobas e requerimentos de congratulações. Não é só isso. Quando um deles tenta chamar um secretário ao plenário, a maioria recusa, como aconteceu ontem, com a rejeição do requerimento convocando o secretário da Saúde Antônio Samarone. Seria uma boa oportunidade para ele explicar as péssimas condições dos postos de saúde da capital, onde falta de médicos a remédios. Mas os vereadores pensam diferente, como se não fosse papel do Legislativo ouvir secretários sobre as ações desenvolvidas nas diversas áreas.  Rejeitar o requerimento, contudo, é mais cômodo, pois não desagrada o prefeito e evita uma sessão longa, que consumiria parte do tempo que os parlamentares têm para flanar por aí, usufruindo das mordomias que o mandato oferece.

Bajulação

Vejam que coisa importante para os aracajuanos foi aprovada ontem pela Câmara Municipal: por maioria de votos, o Legislativo aprovou uma moção de solidariedade ao empresário Edvan Amorim porque este quebrou um braço durante a campanha eleitoral. E daí? A solidariedade proposta pelo vereador Robson Viana (PSB) e acatada pelos outros parlamentares não passa de uma bajulação barata e um insulto ao contribuinte, que custeia a Câmara para ela defender seus interesses. Respeitem o povo, senhores!

Não é pra já

Quando o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, anunciou a descoberta de mais petróleo na costa de Sergipe, os prefeitos presentes à solenidade arregalaram os olhos e quiseram logo saber a localização do achado. Ficaram tristes, contudo, ao serem informados que da prospecção ao primeiro óleo, gasta-se algo em torno de sete a oito anos. Portanto, os royalties a serem pagos pelo petróleo extraído do novo poço vão fazer a alegria dos próximos prefeitos. Que tristeza!

Atrasado

Nem mesmo a boa notícia sobre a descoberta de uma importante província petrolífera na costa de Sergipe conseguiu que o governador Marcelo Deda (PT) chegasse na hora ao local do evento. Após terminar sua palestra sobre o pré-sal, o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, teve que esperar por quase meia hora a chegada do petista para anunciar a boa nova. Enquanto aguardava Déda, Gabrielli se contentou em responder perguntas da platéia reunida no auditório da Universidade Federal de Sergipe.

Feiras mudam

Você costuma frenquentar as feiras livres de Aracaju? Pois fique sabendo que a Prefeitura mudou os dias de funcionamento delas por contas das eleições de domingo. Todas elas foram antecipadas em um dia, o que significa dizer que as feiras do Sol Nascente, Suíssa, Gonçalo Prado, Aruana e conjuntos Médici, Agamenon Magalhães e Castelo Branco acontecerão nesta quinta-feira. No domingo, os mercados da capital estarão fechados.

Brinquedo caro

Virou moda secretários e dirigentes de órgãos gastarem quase todo o tempo brincando com seus smartphones. Em eventos públicos, enquanto o palestrante fala, os moços passam e-mails e postam mensagem no twitter, completamente alheios ao que está sendo exposto. Pior é que o ‘brinquedinho’ é custeado pelo desgraçado do contribuinte. É por estas e outras que neguinho e branquinho entopem-se de lexotan quando pensa que pode perder a boquinha e, naturalmente, o smartphone.

Está blefando

Pelo que disse ontem Reinaldo Moura, presidente do Tribunal de Contas do Estado, o deputado estadual Augusto Bezerra (DEM) blefou ao dizer que está de posse do relatório sobre o Hospital de Urgência de Sergipe. Reinaldo desafiou, inclusive, o deputado a lhe apresentar o tal documento, mas Augusto preferiu dizer que não o faz. Prefere, como disse, esperar que o próprio Tribunal encaminhe o relatório para a Assembléia. Está claro que Bezerra jogou um verde para colher maduro.

Denúncia grave

É muito grave a denúncia do jornalista César Gama dando conta que o prefeito de Capela, Manoel Messias Santos, o ‘Sukita’ (PSB), reuniu uma multidão no ginásio de esporte da cidade para distribuir dinheiro em troca de votos. O comunicador diz que ele e sua equipe foram constrangidos pela guarda municipal que, de arma em punho, tomou a câmara fotográfica e o gravador e levou todos ‘presos’ para a delegacia. Sendo verdade o que denuncia César Gama, fica claro que Sukita transformou Capela numa propriedade particular, onde quem manda é o dono.

Reta final

Simpatizantes dos presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) esforçam-se na reta final da campanha para melhorar a performance dos dois junto ao eleitorado. Até o próximo sábado, tanto os liderados de Marcelo Deda (PT) como os de João Alves Filho (DEM) e Albano Franco (PSDB) vão participar de caminhadas, comícios relâmpagos e o diabo a quatro para conquistar os votos dos indecisos. A caça aos votos é mais ferrenha na Grande Aracaju.

Do baú político

Dividida entre os grupos Bole Bole e Saramandaia, a acirrada política de Lagarto já teve uma unanimidade: o ex-governador Dionísio Machado. Em 1967, quando ele disputou, pela segunda vez a Prefeitura, ninguém no município quis enfrentá-lo. Em vez disso, Rosendo Ribeiro, Acrísio Garcez e Artur Reis o apoiaram. 1.095 eleitores votaram em branco, mas não ameaçaram a folgada vitória de Dionísio, que obteve 4.521 votos. Bem antes disso, em 1958, o líder político lagartense disputou a vice-governadoria e derrotou Edézio Vieira de Melo. Quando o governador Luiz Garcia se afastou, em maio de 1962, para disputar uma cadeira no Senado, Dionísio Machado assumiu o governo. Durante os nove meses em que ficou no cargo, ele continuou morando em sua casa, na avenida Barão de Maruim. Todos os dias, se deslocava a pé para o Palácio Olímpio Campos, aproveitando a caminhada para conversar com o povo. Tudo bem que Aracaju era muito menor do que é hoje, mas a simplicidade do governador provocava espanto em muita gente.

Resumo dos Jornais

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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