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Parafusos: Grupo faz alusão a fuga de escravos (Foto: Divulgação) |
Diversas sequencias de passos no ritmo de canções populares e muito entusiasmo. Essa foi a mistura que conduziu o Workshop de Danças Populares realizado na tarde desta quarta-feira, 30, no átrio do Museu da Gente Sergipana. O workshop faz parte da programação da VIII Semana Sergipana de Dança promovida pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), em parceria com o Instituto Banese e o apoio do Sindicato dos Artistas e Técnicos de Espetáculos de Sergipe (Sated/Se).
A proposta do evento é valorizar a dança popular sergipana através do aprendizado dos movimentos que a conduzem, fortalecendo a identidade dessa importante manifestação cultural. “A intenção é abrir um espaço na Semana de Dança para a dança genuinamente sergipana, que dentro da dança cênica é um perfeito laboratório. A partir do movimento e de como ele é executado de fato nós iremos contextualizar algumas das nossas danças e partir para a vivência”, explica Jussara da Silva Rosa Tavares, professora do curso de dança da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e ministrante do workshop juntamente com o professor João Pinheiro.
O Samba de Pareia, o São Gonçalo, o Batalhão eo Reisado deram o ritmo ao workshop de dança e refletiram em cada passo dado pelos participantes o quanto carregam das tradições sergipanas. A estudante de dança da UFS, Priscila Rodrigues, afirma que a dança popular é um recorte da dança pelo qual tem bastante interesse. “O que mais me interessou nesse workshop foi exatamente o tema abordado. Gosto de estudar a cultura popular manifestada através da dança, por isso estou bastante satisfeita pelo fato da dança popular ter sido contemplada nessa semana de dança”.
A troca de movimentos envolveu todos os participantes e não houve limite para aproveitar e colocar em prática o aprendizado compartilhado. João Alves dos Santos, do grupo de dança Loucura Arte, é a maior prova disso, ele fala com orgulho sobre o que lhe motivou a participar do workshop. “Quero aprender mais sobre a dança popular porque quanto mais a conheço mais me envolvo. A dança me mostra que não há limites para o meu corpo e que a cadeira de rodas já faz parte dele. Dentro da dança eu me sinto mais feliz, quando eu danço me sinto um pássaro”.
O encerramento do workshop foi marcado por uma demonstração viva de dança popular, através da apresentação do grupo de dança Parafusos de Lagarto. Para a coordenadora do grupo e presidente da Associação das Atividades Folcloristas da Cidade de Lagarto, Maria Ione do Nascimento, é um prazer colaborar com uma atividade voltada para a propagação da dança popular. “Pra nós é uma satisfação poder fazer parte desse trabalho. É uma forma muito interessante de contribuir para que a nossa cultura não morra. Só tenho que parabenizar pela iniciativa e agradecer o convite”.
Parafusos
O grupo, que faz alusão à fuga de escravos das senzalas, é formado por homens vestidos de anáguas de renda completamente branca, que ao realizam movimentos em 360º sobre si mesmos, no sentido horário e anti-horário, reproduzem a "volta" dado por um parafuso.
Fonte: Núcleo de Comunicação do Instituto Banese/Museu da Gente Sergipana