Escola de Mulheres, clássico de Molière

'Escola de Mulheres' vem a Aracaju neste sábado, 9 (Foto: Divulgação)

Depois de uma temporada de sucesso em São Paulo, Escola de Mulheres continua em tournê pelo Brasil e faz duas apresentações em Aracaju. No dia 9 de julho, o consagrado ator Oscar Magrini comemora seus 20 anos de carreira protagonizando o clássico de Molière ao lado de Monique Alfradique, Cláudio Andrade, Gerardo Franco, Patrícia Vilela e Beto Nasci. O espetáculo acontece no Teatro Tobias Barreto às 21h deste sábado.

L’École des Femmes, do dramaturgo francês Molière, a peça ao mesmo tempo em que promove muita diversão ao público, estimula reflexões sobre individualismo, poder, moral, amizade, confiança e relacionamento amoroso, entre outros sentimentos humanos. Após a sua montagem em 1986, o diretor Roberto Lage revisita o texto Escola de Mulheres e apresenta o clássico, depois de 24 anos, com um novo olhar.

“Naquela época a discussão permeava o comportamento político, pois era o momento em que estávamos vivendo. Hoje, podemos projetar no espetáculo reflexões sobre o individualismo, autoritarismo e continuam muito atuais. Isto, e o fato de ser sempre prazeroso montar Molière, me fizeram voltar ao palco com a peça”, revela Lage.

Para o diretor, o texto, escrito há quase 350 anos, faz parte do mundo contemporâneo. “Muitos conflitos do passado, o homem infelizmente ainda não resolveu”. Entre eles, Lage aponta a intenção de determinados seres humanos quererem sempre “se dar bem”, em detrimento de outras pessoas, que fazem ou não parte de seus círculos pessoais. E quem quer “se dar bem” na história a qualquer custo, sem se importar com ninguém é Arnolfo (Oscar Magrini).

A personagem tem pouco mais de 40 anos e o seu maior medo é ser enganado por uma suposta esposa. Por isso, ao longo dos anos, preferiu não se casar e optou por sair com mulheres comprometidas com outros homens. Para não sofrer a dor insuportável da traição, ele 'adotou' a menina Inês (Monique Alfradique), que na época tinha quatro anos. Ele a internou em um convento, para que a garota aprendesse a ler e a escrever, porém que mantivesse a ingenuidade infantil e ficasse, assim, completamente desprovida das atitudes e malícias da sociedade. Mas, seus planos correm riscos de serem abortados, pois Inês, já com 18 anos, justamente em função de sua bondade e ingenuidade se apaixona pelo jovem Horácio (Cláudio Andrade), filho de seu amigo Oronte, interpretado por Julio Rocha.

A história conta também com os hilários criados Alain (Gerardo Franco) e Georgette (Patrícia Vilela), os quais completam essa mimese teatral. Na perspectiva de Lage, o mote central dessa montagem, do ponto de vista ideológico, é a reflexão sobre “até que ponto as pessoas são generosas umas com as outras e se essa generosidade, de alguma maneira, pode ser um agente transformador dentro de uma organização social, nos dias de hoje”.

Apesar de o texto estimular reflexões sérias, a encenação provoca em muitos espectadores um riso desenfreado. “É uma comédia inteligente, com grande qualidade dramatúrgica, personagens muito bem definidos, tanto no que concerne aos elementos arquetípicos quanto aos de ação, além de ainda contar com a excelente tradução de Millôr Fernandes”, completa o diretor. De fato, Molière, de um jeito bem humorado, faz uma critica aos comportamentos altamente egóicos da burguesia francesa do século XVII, contrapondo-os aos verdadeiros sentimentos de amizade, confiança e de honestidade. Molière é, e sempre será, um prato atrativo para qualquer ator consciente de sua responsabilidade social.

A ação de levar ao palco, quaisquer de seus textos, é sempre considerada, pelo meio artístico, um ato de coragem, justamente por ser muito bem elaborado. Suas obras são famosas por exigirem estudos profundos e possuírem, entre outras características, a função de estimular a platéia a repensar condições, atitudes humanas, independente da época em que as montagens são realizadas.

Sinopse

Arnolfo (Oscar Magrini), homem maduro, achando-se um exímio conhecedor dos adultérios e dos motivos que predispunham a que esses comportamentos corressem pelo fato de os homens serem complacentes com suas mulheres e, principalmente, as mulheres alfabetizadas, talentosas e belas, que desenvolviam artimanhas para enganar os maridos com muita destreza e malícia, para não sofrerem do mal que tanto as ridicularizava. Tem como Criados, Alain (Gerardo Franco) e Georgette (Patrícia Vilela). Criou uma menina, Inês (Monique Alfradique), a partir de sua receita infalível de mulher honesta, com a qual se casaria. Ela seria submissa, dependente,ignorante e de completa inocência. No entanto, Inês, ironicamente, apaixona-se pelo também jovem Horácio (Cláudio Andrade) filho de Oronte, seu amigo pessoal. O adultério, propriamente dito, não se consuma, pois Arnolfo e Inês não chegam a se casar. Inês é apenas coerente com seu sentimento e firme em sua decisão.

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