Número de tartarugas marinhas mortas em SE cai 50%

Tartaruga Oliva, a mais comum no litoral sergipano
O número de mortes de tartarugas marinhas até o mês de junho desse ano, em Sergipe, é quase 50% menor do que no mesmo período do ano passado. A queda é derivada de vários fatores, incluindo a redução do número de navios pesqueiros na costa sergipana. No entanto, isso pode não significar ainda um aumento real na população das tartarugas marinhas, que ainda estão em risco de extinção.

De janeiro a junho de 2006 foram registradas 84 mortes das cinco espécies de tartarugas marinhas encontradas no litoral sergipano. No mesmo período desse ano as mortes caíram para 48, sendo março o mês que teve maior baixa, 16 no total.  A área em que foram registradas mais mortes foi a base de Pirambu, com 35 registros, e a área de menor índice foi a Ponta dos Mangues, com duas mortes.

Tabela de Mortes de Tartarugas Marinhas em 2007

De acordo com Fábio Lira, executor da base de projetos do Abaís do Projeto Tamar, a redução das mortes pode ter várias causas. “Primeiramente o defeso de verão do camarão, que regulamenta a parada da pesca de 1º de dezembro a 15 de janeiro. O maior número de tartarugas aparece morta após esse defeso. Aí a gente percebe o quanto está vinculada as mortes de tartaruga e a pesca de arrasto”, explica Fábio.

Os outros fatores que contribuíram para o baixo índice foram a antecipação do período de chuvas nesse ano, e a migração de embarcações sergipanas para outros estados, como Piauí. As chuvas impediram as embarcações de irem ao mar realizar a pesca de arrasto, apontada como principal causa das mortes dos animais. Já a migração das embarcações está acontecendo pela diminuição do camarão no litoral sergipano.

Camarão está desaparecendo

“Os donos de embarcação estão alegando que a quantidade de camarão pescada não está sendo suficiente para cobrir os gastos da embarcação e dos tripulantes”, comenta o pesquisador. Segundo ele a quantidade de camarão está diminuindo por causa da não-obediência dos pescadores ao limite de duas milhas estabelecidas pelo Ibama para a pesca do marisco.

O camarão encontrado mais próximo à costa não é maduro o suficiente para reprodução, e a pesca indiscriminada nesta fase gera o déficit do produto e a ida das embarcações para outros Estados. 

Na tentativa de evitar um aumento brusco o Projeto Tamar manterá o acompanhamento dos barcos nas pescas e a orientação aos pescadores. Dentro dessas alternativas está a campanha ‘Nem tudo que cai na rede é peixe’, que tenta conscientizar os pescadores. A campanha ensina como ‘ressuscitar’ uma tartaruga que eventualmente tenha caído na rede de arrasto. 

Números podem mudar

Apesar dos números relativos às mortes de tartarugas serem positivos, isso não significa um aumento real na população do animal no Estado. “Na verdade essa diminuição é muito pontual. Porque pode ser que até o final do ano haja um aumento drástico”, explicou Fábio Lira.

Tanques do projeto Tamar de Pirambu abrigam diferentes espécies de tartaruga marinha

As quatro espécies de tartarugas marinhas registradas no litoral sergipano estão ameaçadas de extinção. A Tartaruga Oliva é a mais comum, seguida da Verde, da Cabeçuda, e por fim da Tartaruga de Pente. O Projeto Tamar em Sergipe está estudando alternativas no Estado para evitar as mortes das tartarugas e manter o sustento das comunidades pesqueiras. 

Faça o download das tabelas com os índices de morte de Tartarugas Marinnhas em SE

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